Como construir uma matriz de materialidade em 5 passos
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Como construir uma matriz de materialidade em 5 passos

Publicado em 8 de August de 2024

A matriz de materialidade é o ponto de partida da gestão ESG (Governança ambiental, Social e Corporativa) na sua empresa. Ela possibilita identificar e priorizar os aspectos que impactam a sua operação. A matriz organiza o cenário atual de uma companhia para você descrever facilmente em quais temas se concentrará para atingir os objetivos estratégicos.

Ela é fundamental para corporações que buscam reforçar seu comprometimento com o meio ambiente e com as práticas de governança responsáveis.

Com o crescente aumento da consciência da população sobre essas questões, é natural que clientes busquem empresas que ofereçam transparência e adotem práticas socialmente justas.

Essa é uma das razões pelas quais a adaptação às expectativas dos stakeholders é crucial para a sobrevivência a longo prazo das empresas.

Pensando nisso, preparamos um passo a passo para ajudar você com a criação de uma matriz de materialidade de ESG. Mas antes de mostrar como criar uma matriz em cinco passos, vamos explicar mais sobre o que ela é, como funciona e seus benefícios.

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O que é a matriz de materialidade?

Empresas se deparam dia após dia com uma infinidade de temas sociais e ambientais. Alguns dos principais são:

  • Saúde e segurança;
  • Ética e transparência;
  • Inclusão social;
  • Diversidade;
  • Descarte de resíduos e emissões atmosféricas;
  • Mudanças climáticas.

Ou seja: é muita coisa, e tentar abraçar e cuidar de todos os temas no âmbito ESG é uma tarefa praticamente impossível. Por isso, a matriz de materialidade ajuda a responder ao questionamento: quais temas socioambientais são realmente relevantes para o negócio?

Dessa forma, a matriz permite mapear o cenário atual da sua empresa e descrever em quais temas ela se concentrará. Lembre-se de escolher aqueles que ajudam a atingir seus objetivos estratégicos dentro do seu mercado.

Ela dá fundamento aos relatórios de sustentabilidade e à estratégia da empresa. Por isso, é o primeiro passo para elaborar a matriz de riscos de impactos socioambientais — uma exigência de algumas diretrizes estipuladas por órgãos financeiros do Brasil, por exemplo.

Em outras palavras, podemos dizer que a matriz de materialidade é o processo de conhecimento dos temas mais importantes para a empresa, baseado na estratégia de negócio e na percepção dos stakeholders sobre os impactos que eles têm no negócio.

Como é uma matriz de materialidade na prática?

Conceitualmente, a matriz de materialidade é um ranking dos temas mais pertinentes para uma corporação do ponto de vista de ESG. Na prática, ela é uma forma visual de identificar os assuntos em ordem de maior a menor importância.

Para isso, a matriz geralmente é composta por dois eixos. São eles:

  • Eixo Horizontal (Importância para os stakeholders): mostra o grau de importância que diferentes stakeholders (clientes, investidores, funcionários, comunidades afetadas pelas atividades da empresa, etc.) atribuem a determinados temas ou questões.
  • Eixo Vertical (Impacto para a organização): avalia o impacto que esses temas têm sobre a própria organização com relação ao seu desempenho financeiro, operacional, reputacional, entre outros aspectos.

Levando em conta essa organização, cada item é posicionado dentro da matriz da seguinte forma:

  • Na parte superior direita: ficam os itens de alta importância tanto para os stakeholders quanto para a organização. Por isso, recebem mais atenção e recursos.
  • Na parte inferior esquerda: se posicionam as questões menos críticas segundo esses critérios.

Essa abordagem ajuda a garantir que a empresa foque em questões que são verdadeiramente relevantes e que possam impactar seu sucesso. O resultado da matriz de materialidade ficará parecido com o exemplo abaixo:

exemplo de matriz materialidade

Quais são os benefícios da matriz de materialidade?

Você já deve ter percebido que contar com uma matriz de materialidade ajuda muito a organizar prioridades e direcionar tarefas e estratégias. Além disso, o uso dessa ferramenta ainda traz outros benefícios para a sua empresa.

Entre os principais, estão:

  • Avaliar e analisar cada assunto em questão para minimizar custos e elevar a participação da organização no mercado;
  • Identificar temas socioambientais relevantes para o negócio que ajudam sua empresa a atrair investimentos e garantir boa reputação;
  • Gerenciamento de riscos, o  que gera oportunidades de negócio por meio da identificação de temas relevantes, como serviços e modelos que melhoram margem de lucro, preço, etc.;
  • Proporcionar um relatório anual focado e que permite concentrar esforços na melhor alocação de recursos;
  • Aumento nas chances de melhor atender às expectativas das partes interessadas;
  • Adicionar um peso estratégico a uma agenda de sustentabilidade, conectando as questões ESG à proposta de valor central da organização.

5 passos para construir a sua matriz de materialidade

Depois de entender o que é a matriz de materialidade e quais são seus benefícios, é a hora de colocar a mão na massa. Abaixo você confere cinco dicas para agilizar e facilitar a construção dela.

Mas antes, vale lembrar: detalhes variam de acordo com o segmento e estrutura de cada empresa. Por exemplo, uma companhia estruturada pode utilizar uma ferramenta digital para criar a matriz, já outra em etapas iniciais pode utilizar até mesmo papel e caneta.

O importante é saber adaptar as táticas e práticas para a sua realidade e entender o objetivo por trás de cada ação.

1. Defina quem são os stakeholders

Uma matriz de materialidade bem-sucedida deve sempre considerar as opiniões e insights dos stakeholders internos e externos. Alguns exemplos deles são:

  • Colaboradores;
  • Fornecedores;
  • Clientes;
  • Investidores;
  • Acionistas;
  • Conselheiros;
  • Comunidade em que está inserida.

Todos podem fornecer uma ampla gama de perspectivas em toda a cadeia de valor sobre a estratégia de sustentabilidade de sua empresa. Portanto, valorize a experiência e o conhecimento dessas pessoas.

2. Identificação de temas

Depois de definir as partes interessadas, considere as políticas e práticas da empresa para buscar insights em pesquisas de mídia e na documentação interna. Isso tem como objetivo determinar quais temas são mais relevantes para o seu negócio.

Eles variam de organização para organização, mas geralmente são divididos em quatro grupos.

Governança:

  • Ética e transparência;
  • Gestão de riscos;
  • Privacidade do cliente;
  • Equidade de gênero no conselho de administração;
  • Qualidade do serviço e satisfação do cliente.

Ambiental:

  • Gestão de resíduos;
  • Consumo de água e energia elétrica;
  • Controle de emissões e gerenciamento de poluição;
  • Proteção da biodiversidade;

Econômico:

  • Maximização do retorno por investimento;
  • Custos operacionais;
  • Lucro.

Social:

  • Saúde e segurança do trabalhador;
  • Direitos humanos e diversidade;
  • Impacto na comunidade;
  • Assistência e envolvimento social.

3. Avaliação interna

Geralmente a fase de identificação resulta em uma lista enorme de temas relevantes, muito mais do que uma empresa é capaz de gerenciar. Nessa etapa, os membros da alta direção devem elencar critérios para priorizar os temas mais importantes para a organização.

4. Avaliação dos stakeholders

Elabore um questionário ou uma pesquisa formal para que os stakeholders identifiquem os temas de maior relevância para o negócio.

Ele deve ser construído para que as pessoas avaliem a importância e o impacto de cada tema em uma escala numérica, no formato de ranking, ou de forma simples com a seleção dos mais importantes.

Dessa forma você agrega dados quantitativos que facilitam a análise e podem ser explicados visualmente de forma intuitiva.

Confira abaixo um exemplo de questionário de classificação de temas:

questionário de stakeholders para a matriz de materialidade

  1. Analise as respostas e construa a matriz de materialidade

Nesse passo, você deve comparar a avaliação interna da alta direção com a avaliação dos stakeholders para obter um consenso dos temas relevantes.

Para isso, analise os resultados de cada tema individualmente e determine quais são mais importantes para cada grupo de partes interessadas. Depois disso, reúna todos os dados para encontrar pontos em comum.

Uma dica para facilitar a análise é criar gráficos de tendências, bem como anotar observações. A partir dessa análise, você poderá montar a sua matriz de materialidade.

Lembre-se: o resultado da matriz de materialidade deve mostrar a importância de cada tema para a empresa em relação à influência das partes interessadas.

Conclusão

Agora que você já sabe os primeiros passos para construir sua matriz de materialidade, conheça uma forma mais fácil de coletar as informações fundamentais para o sucesso dessa ferramenta: o SoftExpert Questionário.

Com esse recurso do sistema SoftExpert Suite, você cria questionários em minutos por meio de uma interface intuitiva e compartilha com as partes interessadas sejam internas ou externas — por meio de um link.

A ferramenta ainda possibilita análises profundas dos resultados e proporciona melhores decisões através de agrupamentos, filtros e cruzamento de informações.

Então, se você quer mais eficiência na sua operação, nossos especialistas podem ajudar a identificar as melhores estratégias para sua empresa com as soluções da SoftExpert. Fale com a gente hoje mesmo!

Sobre o autor
Bruna Borsalli

Bruna Borsalli

Bruna Borsalli é Analista de Produto e Mercado da SoftExpert. Engenheira Química e de Segurança do Trabalho com especialização em Gestão da Qualidade, detém experiência na área de SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente), certificação de Auditora Interna de Sistema de Gestão Integrado (SGI) - ISO 9001 | 14001 | 45001 e Six Sigma Yellow Belt.

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