O que é Third-Party Risk Management e o que a torna essencial

Third-Party Risk Management (TPRM) é o processo de identificar e mitigar riscos apresentados por fornecedores e parceiros de negócio.

Publicado em 10 de October de 2025
13 min de leitura

Third-Party Risk Management (TPRM) é o processo formal de identificar, avaliar e mitigar riscos associados a fornecedores, prestadores de serviços e parceiros de uma organização. O seu principal objetivo é garantir que essas entidades externas estejam em conformidade com as regulamentações, protejam informações confidenciais e evitem interrupções às operações comerciais.

Organizações modernas são mais dependentes de terceiros do que nunca, graças a fatores como a prevalência da transformação digital e a necessidade de serviços especializados. Apesar de eficiente, esse cenário de terceirização amplia significativamente a superfície de ataque corporativa para além do controle direto da sua organização.

Essa dependência cria uma vulnerabilidade crítica, já que uma porcentagem impressionante das violações de dados atualmente se origina por meio de conexões com terceiros.

Um relatório recente da CyberGRX e da ProcessUnity indica que 60% das empresas entrevistadas tiveram um incidente de segurança envolvendo terceiros. Isso destaca como a segurança da sua organização é apenas tão forte quando o seu elo mais fraco, seja ele interno ou externo.

As consequências de uma TPRM inadequada são sérias, podendo incluir multas multimilionárias por violações de leis como GDPR e LGPD, assim como dano irreparável à reputação da sua marca. Uma falha de segurança num único fornecedor pode interromper as operações, implodir a confiança dos seus clientes e afetar suas finanças por anos.

Portanto, um programa de TPRM robusto é um imperativo para uma gestão de negócios robusta. Neste artigo, vou explorar o framework essencial para construir um programa que transforme o risco de terceiros numa vantagem para a sua empresa.

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Qual é a importância da Third-Party Risk Management?

Vivemos num ambiente de negócios interconectados onde a segurança e a integridade operacional de uma organização dependem ativamente da integridade de seus parceiros comerciais.

Uma pesquisa da Gartner com membros de comitês executivos de risco mostrou que 84% relataram que falhas na gestão de riscos de terceiros resultaram em interrupções operacionais. Enquanto isso, 66% citaram impacto financeiro adverso, 59% relataram dano reputacional e 33% enfrentaram ação regulatória.

Também conhecida como Gestão de Riscos de Terceiros, a TRPM é uma disciplina crítica que irá garantir que seus parceiros externos não se tornem a sua maior vulnerabilidade.

Esses são os principais itens que demonstram a importância da TRPM:

  • Proteção contra riscos regulatórios. A não conformidade de um prestador de serviços pode levar a penalidades sérias com base em legislações como GDPR, LGPD e leis anticorrupção. A Third-Party Risk Management vai garantir que empresas terceirizadas tenham aderência com os mesmos padrões legais e de compliance que você segue. Essa diligência proativa é a sua principal defesa contra multas e processos.
  • Preservação da sua reputação. Uma violação de dados ou um problema de ética num parceiro pode levar a danos irreparáveis para a reputação da sua marca, acabando com a confiança dos consumidores. Ao avaliar e monitorar os parceiros, o TPRM protege o valor da marca que você se esforçou tanto para construir.
  • Garantia da continuidade operacional e resiliência. Suas operações podem ser interrompidas por uma falha operacional num fornecedor crítico. A Gestão de Riscos de Terceiros ajuda a identificar pontos de falha e garante que seus parceiros terão planos de continuidade de negócio robustos.
  • Necessidade de monitoramento contínuo. A aplicação de uma única avaliação de riscos costuma ser insuficiente, pois o perfil de risco das empresas é dinâmico e pode mudar a qualquer momento. O monitoramento contínuo é essencial, pois uma empresa que possui baixo risco hoje pode ter maior risco no futuro.
  • Gestão da exposição ao risco inerente. A terceirização de serviços essenciais inevitavelmente vai aumentar a sua superfície de ataque, pois seus parceiros deverão ter acesso aos seus dados e sistemas. Isso geralmente significa que esses prestadores de serviços operam com dispositivos e equipes que não seguem os mesmos padrões de segurança da sua empresa. A TRPM é um framework que permite aplica suas políticas de segurança por todo o seu ecossistema digital.
  • Estabilidade financeira e alinhamento estratégico. Um parceiro com instabilidade financeira ou estratégias desalinhadas pode impactar diretamente a sua lucratividade e os seus objetivos de longo prazo. Os processos de Third-Party Risk Management avaliam a saúde financeira e os objetivos estratégicos de empresas com quem você faz negócio e de parceiros em potencial.

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Qual a diferença entre TPRM, VRM e SCRM?

A Third-Party Risk Management serve como um processo mais abrangente, englobando a identificação e a mitigação de riscos de todas as entidades com as quais uma organização interage. Esse maior escopo inclui não apenas fornecedores, mas também parceiros, afiliados, consultores e outros terceiros não remunerados que possam representar um risco. Ou seja, a TPRM oferece um framework abrangente para gerenciar todo o cenário de riscos externos.

O que é Vendor Risk Management (VRM)?

Enquanto isso, a Vendor Risk Management (VRM) é um subconjunto crucial da Gestão de Riscos de Terceiros, que foco específico em entidades que fornecem produtos ou serviços diretamente sob um contrato formal. Embora todos os fornecedores sejam terceiros, o escopo do VRM é mais restrito: ele se concentra nos riscos que podem impactar a relação específica entre comprador e fornecedor.

Também conhecida como Gestão de Riscos de Fornecedores, ela tem seus processos mais detalhados, envolvendo avaliações diretas, testes de performance e gestão de contrato para os fornecedores contratados.

O que é Supply Chain Risk Management (SCRM)?

Supply Chain Risk Management trabalha a partir de uma visão mais ampla para avaliar o risco da rede completa e interconectada de fornecedores e parceiros de logística que contribuem para a criação de um produto ou a entrega de um serviço. A SCRM se preocupa com interrupções de grande escala, como instabilidade geopolítica, desastres naturais ou riscos econômicos que afetem fornecedores que trabalhem com um fornecedor-chave da sua organização.

A Gestão de Riscos na Cadeia de Suprimentos ainda foca na resiliência e na continuidade do todo o fluxo de bens e serviços, desde a coleta das matérias-primas até a chegada do produto ao consumidor.

Na prática, TPRM, VRM e SCRM são três disciplinas conectadas de maneira hierárquica, que devem se complementar mutuamente para formar uma estratégia completa. A SCRM oferece uma visão ampla que vai que orientar a estrutura mais abrangente de TPRM da organização.

Por consequência, o framework de Gestão de Riscos de Terceiros contém processos específicos de Vendor Risk Management voltados para fornecedores diretos. Entender essas distinções vai ajudar a sua organização a garantir que o seu programa de gestão de riscos tenha tanto uma visão ampla quanto um olhar direcionado, evitando pontos cegos críticos.

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Quais são os 7 principais tipos de riscos de terceiros?

Estabelecer parcerias com terceiros é essencial para o crescimento dos negócios, mas isso traz uma variedade de riscos que precisam ser gerenciados proativamente. Ao terceirizar, você expõe a sua organização a um risco que antes não existia, introduzindo novas vulnerabilidades.

Um programa maduro de Third-Party Risk Management é capaz de lidar com os sete principais tipos de risco de terceiros, protegendo sua organização por completo.

1. Cibersegurança e segurança da informação

Este risco surge de fragilidades nos controles de segurança de um fornecedor, podendo resultar em vazamentos de dados, ataques de ransomware ou acesso não autorizado a informações sensíveis e sistemas críticos.

Quando um terceiro tem acesso à sua rede ou aos seus dados, a postura de segurança dele impacta diretamente a sua, tornando avaliações rigorosas e monitoramento contínuo essenciais.

2. Operacional e de continuidade de negócios

O risco operacional ocorre quando um fornecedor não consegue entregar seu serviço, causando interrupções nas atividades diárias da empresa. Isso inclui dependências de serviços essenciais ou falhas profundas na cadeia de suprimentos, que podem paralisar suas operações caso o fornecedor não possua planos de continuidade de negócios e recuperação de desastres devidamente testados.

3. Regulatório e de conformidade

A questão regulatória é um dos principais elementos para a gestão de riscos, tornando imperativo que empresas terceiras tenham conformidade com legislações como GDPR e LGPD. Sua organização pode enfrentar multas e sanções significativas por violações de conformidade cometidas por um fornecedor. Por isso, é essencial garantir que suas práticas estejam alinhadas com todas as regulamentações relevantes desde o começo.

4. Reputação

A reputação da sua marca está ligada às ações dos seus parceiros. Uma falha ética, vazamento de dados ou serviço inadequado por parte de um fornecedor pode prejudicar gravemente a confiança dos clientes e o valor da marca.

Esse risco é significativo, pois o público geralmente não vai diferenciar a sua organização da empresa terceirizada responsável.

5. Financeiro

O risco financeiro surge da instabilidade de um fornecedor, como falência ou má saúde fiscal. Isso pode levar a custos inesperados, perda de receita e prejuízos ao seu desempenho financeiro.

É vital avaliar a viabilidade financeira de fornecedores críticos para garantir que eles possam manter seus serviços durante todo o contrato.

6. Estratégico

O risco estratégico está presente quando os objetivos ou capacidades de um fornecedor deixam de estar alinhados com os objetivos de longo prazo do seu negócio. O resultado é uma redução na sua capacidade de competir ou inovar.

A falta de sinergia em parcerias críticas pode comprometer iniciativas estratégicas e desperdiçar recursos valiosos.

7. Risco de quartas-partes

O risco de quartas partes é a ameaça representada pelos próprios fornecedores do seu fornecedor, exigindo visibilidade ampliada e controles contratuais para garantir que os padrões de segurança sejam mantidos ao longo de toda a cadeia. O cenário atual vê uma tendência de aumento no uso de quartas partes, o que gera um efeito cascata de riscos por meio de fornecedores subcontratados.

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Como é o ciclo de vida do Third-Party Risk Management?

Um programa eficaz de Gestão de Riscos de Terceiros (TPRM) segue um ciclo estruturado para garantir que os riscos sejam gerenciados desde a seleção inicial do fornecedor até o encerramento da parceria. Esse processo de ponta a ponta permite que o TPRM seja um ciclo contínuo de vigilância e aprimoramento, protegendo a organização durante toda a relação.

Abaixo, você confere as fases do ciclo de vida do Third-Party Risk Management:

1. Identificação e due diligence pré-contratual

O ciclo começa com um processo rigoroso de identificação e due diligence antes da assinatura de qualquer contrato. Isso envolve a análise de documentos críticos, como certificações de segurança, relatórios de saúde financeira e históricos de conformidade.

Com essas informações, você pode estabelecer uma linha de base da postura de risco do fornecedor.

2. Classificação por criticidade e nível de risco

Os fornecedores devem ser classificados utilizando um sistema de níveis, do Nível 1 (alto risco) até o Nível 3 (baixo risco). Essa categorização é feita com base em critérios como acesso a dados, criticidade do serviço e valor do contrato.

É necessário classificar fornecedores por criticidade, pois fornecedores críticos que sustentam o negócio devem ter uma avaliação contínua. Além disso, uma priorização baseada em risco é essencial para alocar recursos de forma eficaz.

3. Avaliação e monitoramento contínuos

Uma falha comum é focar apenas na avaliação inicial. Afinal, é comum haver uma preocupação maior no momento da contratação, mas não é tão frequente ser feito um acompanhamento contínuo

 O monitoramento contínuo por meio de questionários personalizados, classificações de segurança e ferramentas automatizadas é essencial. Também é importante realizar reavaliações acionadas por eventos específicos ou programadas periodicamente

4. Mitigação e gestão de incidentes

Quando riscos são identificados, é preciso desenvolver planos de ação claros para mitigar as ameaças de forma eficaz. Após um incidente, é necessário realizar uma análise forense pós-morte e uma nova due diligence para entender a causa raiz e evitar ocorrências futuras.

5. Desligamento seguro e término de contrato

O ciclo se encerra com um processo formal de desligamento quando a relação chega ao fim. Isso garante que todos os termos contratuais sejam cumpridos.

Mais importante ainda, isso permite que os acessos sejam revogados e quaisquer dados ou ativos compartilhados sejam eliminados de forma segura, evitando exposições futuras.

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Integre a gestão de riscos de terceiros à estratégia do seu negócio

Em um cenário empresarial interconectado, a prática da Third-Party Risk Management (TPRM) deixou de ser um exercício opcional de conformidade para se tornar um componente fundamental da resiliência corporativa e do planejamento estratégico. Um programa de TPRM maduro protege diretamente a saúde financeira da organização, a continuidade operacional e a reputação que você conquistou com tanto esforço.

Ir além de avaliações estáticas e pontuais para adotar um processo dinâmico de monitoramento contínuo é o que diferencia organizações proativas das vulneráveis. Essa mudança permite não apenas reagir a incidentes, mas antecipar e mitigar riscos antes que eles impactem o negócio. Ao incorporar a gestão de riscos em todo o ciclo de vida do fornecedor, constrói-se uma estratégia robusta de defesa em profundidade.

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Em última análise, um framework de TPRM bem executado transforma uma potencial vulnerabilidade em uma vantagem competitiva tangível, promovendo parcerias mais fortes, confiáveis e seguras. O objetivo é garantir que as empresas estejam protegidas contra problemas ou que consigam lidar com incidentes de forma mais ágil, tornando a gestão de riscos um diferencial estratégico.

Adotar o TPRM como uma prioridade estratégica prepara a sua organização para o futuro, permitindo um crescimento seguro e construindo uma confiança sólida com clientes e stakeholders em um mundo imprevisível.

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