8 etapas para o gerenciamento de riscos de SSO
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8 etapas para o gerenciamento de riscos de SSO

Publicado em 6 de Dezembro de 2021

O gerenciamento de riscos de saúde e segurança ocupacional (riscos de SSO) é um processo de extrema importância e as empresas são responsáveis pela prevenção dos riscos que trabalhadores estão expostos em suas atividades.

Acidentes acontecem quando você menos espera, especialmente no trabalho. Cada organização é diferente, assim como os riscos que apresentam para a saúde e segurança. Tudo depende do tipo de trabalho realizado.

O compromisso com a saúde e segurança no trabalho é uma responsabilidade partilhada tanto pelo empregador como pelo empregado. Se a empresa mostrar que leva a sério a saúde e a segurança, é mais provável que os trabalhadores sigam as orientações dos procedimentos, cooperem e se envolvam no processo.

Este é certamente um dos primeiros passos para construir uma cultura de segurança na sua empresa: o apoio e a influência das lideranças em prol de atitudes e comportamentos seguros e saudáveis.

Este artigo apresenta um resumo dos recursos da ISO 31000 e ISO 45001 para ajudá-lo a compreender e implementar a avaliação e o gerenciamento de riscos de segurança e saúde ocupacional.

Etapas do processo de gerenciamento de riscos de SSO

1. Escopo, contexto e critério

O objetivo desta etapa é personalizar o processo de gerenciamento de risco e estabelecer os parâmetros para o gerenciamento de riscos de SSO.

A organização deve definir o escopo do processo, o contexto (externo e interno) e os critérios para avaliar a significância do risco.

Definindo o escopo

Definir em qual nível será aplicado o gerenciamento de riscos: estratégico, operacional, programa, projeto ou outras atividades.

Levar em conta os objetivos da organização, resultados esperados, ferramentas, técnicas, recursos, responsabilidades, registros a serem mantidos, entre outros.

Levar em conta as necessidades e expectativas dos trabalhadores e de outras partes interessadas.

Contexto da organização

Convém que o contexto reflita o ambiente específico da atividade ao qual o processo de gestão de riscos é aplicado.

Identificar e analisar as questões externas e internas que afetem a sua capacidade de alcançar os resultados pretendidos.

Critério

A organização deve especificar a quantidade e o tipo de risco que ela pode ou não assumir em relação aos objetivos.

Os critérios devem ser alinhados à estrutura de gestão de riscos e personalizados para o propósito específico e o escopo da atividade em consideração.

Para apoiar na tomada de decisão, deve-se estabelecer critérios para avaliar a significância do risco. Esses critérios são dinâmicos e convêm que sejam analisados periodicamente e alterados, se necessário.

2. Comunicação e consulta

O propósito da comunicação e consulta é auxiliar as partes interessadas pertinentes na compreensão do risco, na base sobre a qual decisões são tomadas e nas razões pelas quais ações específicas são requeridas. A comunicação busca promover a conscientização e compreensão do risco, enquanto a consulta envolve a obtenção de feedback e informações para apoiar a tomada de decisão.

A comunicação e a consulta devem ocorrer no âmbito de cada etapa e ao longo de todo o processo de gestão de riscos. Ela permite reunir diferentes áreas de especialização e garantir que diferentes visões sejam devidamente consideradas na definição de critérios e na avaliação de riscos. E também ajuda a construir um senso de inclusão e propriedade entre as pessoas afetadas pelo risco.

É importante que os trabalhadores sejam sempre consultados ao avaliar os riscos. Não há ninguém melhor para apontar perigos e sugerir melhorias do que quem faz esse trabalho todos os dias. Eles podem sugerir soluções práticas e econômicas.

3. Identificação de perigos e riscos

Saber a diferença entre um perigo e um risco é uma parte importante de uma avaliação de risco bem-sucedida.

De acordo com a ISO 45001:

Perigo: é uma fonte com potencial para causar lesões e doenças

Perigos podem incluir fontes com potencial para causar danos ou situações perigosas, ou circunstâncias com potencial de exposição que leve a lesões e doenças.

Risco: efeito da incerteza

Um efeito é um desvio do esperado – positivo ou negativo.

Incerteza é o estado, ainda que parcial, de deficiência de informação, de compreensão ou de conhecimento relacionado a um evento, sua consequência ou sua probabilidade.

A identificação de perigos e riscos ajuda a organização a reconhecer e compreender os perigos no local de trabalho e para os trabalhadores, a fim de avaliar, priorizar e eliminar perigos ou reduzir os riscos de SSO.

O processo de identificação de perigos deve ser contínuo e proativo.

Para construir uma lista de fontes de risco e suas consequências, a equipe precisa pensar sobre as seguintes questões:

  • O que pode dar errado? (Risco)
  • Quão ruim poderia ser? (Consequências/ Impacto)
  • Com que frequência isso pode acontecer? (Probabilidade)

Algumas estratégias para responder a essas perguntas são:

  • Brainstorming;
  • Desenvolvimento de cenários ‘e se/ what if‘;
  • Revise seus acidentes, taxas de lesões e registros de morte para identificar processos / atividades que precisam ser revisados ou que requerem mais atenção na avaliação de perigos e riscos.

4. Análise de riscos

A análise de risco envolve uma consideração detalhada de incertezas, fontes de risco, consequências, probabilidade, eventos, cenários, controles e sua eficácia.

Probabilidade: chance de algo acontecer

Consequência/ impacto: resultado de um evento que afeta os objetivos

Uma consequência pode ser certa ou incerta e pode ter efeitos positivos ou negativos diretos ou indiretos sobre os objetivos.

As consequências podem ser expressas qualitativamente ou quantitativamente.

Uma Matriz de Risco / Diagrama de Risco é uma ferramenta simples e visual que normalmente é usada para avaliar o nível de risco e auxiliar no processo de tomada de decisão.

Cada organização pode definir seus próprios critérios de consequência e probabilidade de acordo com seu contexto e objetivos atuais (Etapa 1 – Escopo, Contexto e Critérios). Você também pode usar critérios que já foram desenvolvidos.

Exemplos de critérios de probabilidade e impacto

Probabilidade e impacto podem ser expressos qualitativamente ou quantitativamente:

Probabilidade

Qualitativamente

Quantitativamente

Raro

Concebível, mas extremamente improvável

Menos de um evento em 100 anos

Improvável

Possível mas improvável

1 evento entre 10-100 anos

Possível

Provável de acontecer, mas não é certo

1 evento entre 1-10 anos

Muito provável

Provavelmente ocorrerá

Mais de um evento por ano

Quase certo

Extremamente provável

Mais de um evento por mês

Impacto

Qualitativamente

Quantitativamente

Sem impacto

Quase acidente

Sem ferimentos ou doenças

1

Leve

Lesão de primeiros socorros

Derramamento biológico/químico

2

Moderado

Lesão/doença moderada

Comprometimento reversível

Exposição biológica

3

Grave

Lesão/doença grave

Deficiência Temporária

Lesão com afastamento

Incidente Perigoso

4

Gravíssimo

Fatalidade múltipla

e/ou efeitos irreversíveis significativos

5

Exemplo de Matriz de Risco

Nesta etapa, podemos construir uma Matriz de Risco para calcular a magnitude das consequências potenciais (níveis de impactos) e a probabilidade (níveis de probabilidade) de que essas consequências ocorrerão.

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5. Avaliação de riscos

O objetivo da avaliação de risco é comparar os resultados da análise de risco com os critérios estabelecidos para determinar onde uma ação adicional é necessária.

Os critérios de avaliação de risco também são definidos na etapa 1.

Exemplo:

Nível do risco

Aceitabilidade de nível de risco

Ação imediata necessária

Baixo

Aceitável

Mantenha o processo em andamento, mas monitore regularmente

Médio

Consideravelmente aceitável

Mantenha o processo em andamento; no entanto, um plano de controle deve ser desenvolvido e implementado o mais rápido possível

Alto

Inaceitável

Investigue o processo e implemente controles imediatamente

Extremo

Inaceitável

Pare o processo e implemente controles

As decisões devem levar em consideração o contexto mais amplo e as consequências reais e percebidas para as partes interessadas externas e internas.

O resultado da avaliação de risco deve ser registrado, comunicado e então validado nos níveis apropriados da organização.

6. Tratamento de riscos

O objetivo do tratamento de risco é selecionar e implementar opções para lidar com o risco.

O tratamento de risco envolve um processo iterativo de:

  • formular e selecionar opções de tratamento de risco;
  • planejamento e implementação do tratamento de risco;
  • avaliar a eficácia desse tratamento;
  • decidir se o risco remanescente é aceitável;
  • se não for aceitável, fazer outro tratamento.

Após a avaliação de risco, a organização pode decidir como controlar cada risco identificado. Os métodos de controle de riscos são frequentemente agrupados pela seguinte hierarquia:

7. Monitoramento e análise crítica

A gestão de riscos é um processo contínuo que precisa ser monitorado e revisado para garantir sua contínua adequação e eficácia.

Você deve revisar o processo de gestão de risco em intervalos planejados ou quando:

  • eles não forem mais eficazes;
  • ocorrem mudanças no local de trabalho que podem levar a novos riscos;
  • houve qualquer acidente ou quase acidente;
  • ocorrem mudanças nos requisitos legais;
  • os resultados da auditoria indicaram não conformidades ou oportunidades de melhoria;
  • os trabalhadores identificaram problemas ou sugestões de melhoria;
  • entre outros.

Os riscos de SSO podem ser monitorados por meio de:

  • auditorias;
  • inspeções;
  • monitoramento da exposição;
  • revisão de indicadores de desempenho;
  • entre outros.

Monitorar e revisar o desempenho da gestão de riscos de SSO é uma forma de garantir a melhoria contínua.

8. Registro e relato

Manter registros de sua avaliação de riscos e das ações que você toma para mitigá-los é muito importante e, também, uma exigência legal.

Ter um registro de longa data de suas avaliações de risco é útil quando você se depara com situações semelhantes. Você pode comparar as ações realizadas anteriormente ou refinar sua estratégia.

O registro e relato têm como objetivo:

  • comunicar atividades e resultados de gestão de riscos em toda a organização;
  • fornecer informações para tomada de decisão;
  • melhorar as atividades de gestão de risco;
  • auxiliar a interação com as partes interessadas, incluindo aquelas com responsabilidade e com responsabilização por atividades de gestão de riscos.

Conclusão

O processo de gerenciamento de riscos de saúde e segurança ocupacional permite que você haja de forma proativa ao invés de reativa e mitigue os riscos antes que eles causem ferimentos ou doenças aos trabalhadores.

Além de prevenir acidentes de trabalho, a gestão dos riscos de SSO oferece diversos benefícios, tais como:

  • Aumentar a satisfação, confiança e engajamento dos funcionários;
  • Diminui a taxa de absenteísmo;
  • Aumenta a produtividade;
  • Reduz de custos;
  • Aumenta a confiança e a reputação da empresa;
  • Melhora a imagem pública da empresa;
  • Adere aos princípios de responsabilidade social corporativa (RSC), apoiando o bem-estar físico, social e mental dos colaboradores.

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Sobre o autor
Bruna Borsalli

Bruna Borsalli

Bruna Borsalli é Analista de Produto e Mercado da SoftExpert. Engenheira Química e de Segurança do Trabalho com especialização em Gestão da Qualidade, detém experiência na área de SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente), certificação de Auditora Interna de Sistema de Gestão Integrado (SGI) - ISO 9001 | 14001 | 45001 e Six Sigma Yellow Belt.

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