O papel da gestão de riscos e auditorias internas na governança corporativa

Leia este artigo e conheça as principais semelhantes e diferenças entre a ISO 31000 vs COSO, os padrões mais conhecidos para gestão de riscos!

Quando se trata de gerenciamento de riscos, a ISO 31000 vs COSO são os dois padrões mais conhecidos. O principal objetivo desta disciplina é ajudar as empresas a tomar decisões corretas e alcançar objetivos estratégicos, seja aplicando estes padrões de maneira isolada, de maneira combinada, ou até mesmo aplicando diferentes padrões.

O propósito da gestão de riscos não é evitar que a empresa não enfrente nenhuma adversidade, mas sim que ela tenha sucesso. Todas as organizações enfrentam riscos enquanto buscam por seus objetivos. Estes dois padrões se propõem a ajudar as organizações a assumirem os riscos certos no nível certo.

Depois desta breve introdução, vamos conhecer as principais semelhanças e diferenças entre os dois principais padrões de gerenciamento de risco.

As principais semelhanças entre a ISO 31000 vs COSO

Apesar da origem diferente, ISO 31000 vs COSO compartilham algumas semelhanças:

1. Estímulo ao gerenciamento de riscos

As organizações ganham dinheiro assumindo riscos e perdem dinheiro quando não gerenciam os riscos que assumem. Por isso, os dois padrões também estimulam as organizações a assumir riscos, ou seja, aqueles que acontecem com frequência e se tornam cada vez mais relevantes.

2. Padrões não certificáveis

Tanto a ISO 31000 quanto o COSO são padrões apenas orientativos. São diferentes da ISO 9001 por exemplo, que é um padrão certificável. Cabe a cada empresa compreender as diretrizes e implementá-las, levando em conta seus aspectos culturais e suas necessidades.

3. Atualização recente

Os dois padrões são bem recentes, sendo que a última versão do COSO foi lançada em 2017 e a da ISO 31000 em 2018. Eles trazem melhorias que simplificam sua compreensão e implementação, além de atender as mais recentes demandas de mercado.

4. Gestão de riscos na tomada de decisão

A incorporação do risco no processo de tomada de decisões da organização é uma parte fundamental para garantir que a organização esteja assumindo os riscos certos na quantidade certa. Tanto a ISO 31000 como o COSO mencionam a importância.

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As principais diferenças entre a ISO 31000 vs COSO

O volume de diferenças entre a ISO 31000 vs COSO é maior que o volume de semelhanças. Por esta razão, muitos sistemas de gestão de riscos seguem os dois padrões de forma combinada:

1. Estrutura

A ISO 31000:2018 foi desenvolvida por uma organização de padrões internacionais, por isso segue uma estrutura mais padronizada. A norma é bem objetiva, possui apenas 16 páginas.

Já o COSO, tem mais de 100 páginas. Ele inclui mais recursos visuais e não segue nenhum tipo de padrão “estrutural” comum.

2. Origem

O processo de desenvolvimento da ISO 31000:2018 contou com a participação de membros de mais de 70 países. No caso do COSO, a maior parte das contribuições veio dos Estados Unidos através da PricewaterhouseCoopers, uma das maiores prestadoras de serviços nas áreas de auditoria e consultoria.

3. Público-alvo

Apesar da versão mais recente do COSO ter uma ênfase maior em estratégia, a verdade é que o padrão é mais voltado para fins de contabilidade e auditoria, por isso foi criado buscando atender as necessidades dos auditores. Já a ISO 31000 surgiu envolvendo pessoas de diferentes áreas e com diferentes necessidades de gestão de riscos. Muitas organizações já contam com outros sistemas de gestão baseados na ISO, por isso acabam optando pela ISO 31000.

4. Foco

Novamente, devido a sua origem, o COSO se concentra mais na governança corporativa, enquanto a ISO 31000 se concentra quase exclusivamente no risco e o incorpora ao processo de planejamento estratégico.

5. Estrutura e Processos

A ISO fornece uma distinção clara entre os conceitos de Estrutura e Processo. Embora o processo que ela apresenta ainda seja muito simples, ela entra em detalhes sobre identificação e avaliação de riscos.

Já o COSO combina esses dois conceitos. No entanto, apenas um dos cinco componentes do framework menciona o processo de gerenciamento de risco.

6. Apetite por risco

A primeira versão da ISO 31000 lançada em 2009 não tratava do conceito de apetite ao risco. A versão 2018 menciona brevemente o tópico de “critérios” de risco, e usa terminologia diferente de outros recursos. A versão 2017 do COSO discute o apetite de risco com muito mais amplitude e fornece muitos exemplos visuais dos conceitos de apetite, tolerância e capacidade de risco.

7. Riscos vs Alcance dos Objetivos

Embora a versão de 2017 do COSO se concentre mais no alcance de objetivos, muitos entendem que ainda está incentivando a “busca” ao risco ou é centrada no risco. O propósito da gestão de riscos é criar e proteger valor, não minimizar riscos. Embora não seja o nível que muitos gostariam, a ISO 31000 coloca maior ênfase em ajudar a organização a atingir seus objetivos, em vez de simplesmente evitar consequências negativas dos riscos.

Esta não é uma lista definitiva. Uma análise mais detalhada revelaria ainda outras semelhanças e diferenças.

É importante reforçar que não há um padrão melhor ou mais recomendado. É preciso conhecer ambos para entender como eles podem ser aplicados de acordo com as necessidades e a cultura de sua empresa.

Você se interessou em aprender mais sobre Gestão de Riscos depois de ler este artigo? Então convido você a conhecer outros conteúdos que nós já elaboramos sobre este assunto aqui no blog!

 

Marcelo Becher

Autor

Marcelo Becher

Especialista em Gestão Estratégica pela PUC-PR. Analista de negócios e mercado na SoftExpert, fornecedora de softwares e serviços para automação e aprimoramento dos processos de negócio, conformidade regulamentar e governança corporativa.

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