A grande diferença entre on premise e cloud é o local onde são armazenados os seus dados ou o software que você utiliza. Num modelo on premise, as informações ficam numa estrutura física localizada dentro de um prédio da própria organização.
Enquanto isso, a modalidade cloud tem seus dados ou software armazenados nos servidores de um provedor, como, por exemplo, a Amazon Web Services (AWS). Essas informações normalmente são acessadas por um navegador web ou um programa instalado no computador do usuário.
Neste artigo, vamos falar sobre as principais diferenças entre o modelo on premise e o cloud — também chamado de nuvem. Continue lendo para saber qual é a melhor opção para sua organização e qual modalidade escolher para usar no futuro.
O que é serviço on premise?
A infraestrutura on premise é o modelo tradicional de gerenciar os recursos de computação de determinado negócio. Isso vale tanto para a estrutura de rede quanto para armazenamento e software. Dentro desse modelo, todos os elementos ficam guardados dentro de um prédio da própria empresa, geralmente em um data center.
Essa opção é bastante comum entre empresas que precisam manter dados armazenados de maneira local, seja por requisitos da regulamentação ou políticas internas definidas pelo time de segurança digital.
Por exemplo, um país pode exigir que as companhias mantenham os dados dos seus cidadãos guardados dentro do território nacional. Ao mesmo passo, uma organização pode desejar manter informações confidenciais fora de um país vítima de sanções.
O que é serviço cloud?
No modelo de nuvem, um provedor é responsável por hospedar em seus servidores todos os dados da empresa cliente. A organização que contrata esse serviço paga uma mensalidade, que pode ser ampliada ou reduzida com base na demanda daquele momento.
Existem três tipos de serviço cloud:
- Software-as-a-Service (SaaS): forma de serviço onde o software é hospedado no sistema de um fabricante. Isso evita que os clientes precisem baixar o software e rodá-lo de maneira local no seu computador.
- Infrastructure-as-a-Service (IaaS): oferece os principais recursos de computação, rede e armazenamento que a maioria das empresas necessita. Essa é uma coleção modular de recursos físicos e virtuais que oferecem uma base de tecnologia da informação (TI) totalmente funcional.
- Platform-as-a-Service (PaaS): permite que uma companhia desenvolva, gerencie e rode seus próprios aplicativos. Desse modo, os desenvolvedores e programadores não precisam desenvolver e manter a infraestrutura que vai suportar os seus próprios aplicativos.
A infraestrutura em nuvem vai exigir muito menos trabalho da sua companhia. Afinal, ela não exige uma equipe dedicada à manutenção dos servidores, além de ter um processo de configuração mais simples e rápido.
Um dos benefícios dessa agilidade é que qualquer software que a sua empresa implementar nesse ambiente estará pronto para uso quase imediatamente.
O que é nuvem híbrida?
A nuvem híbrida combina os modelos de cloud pública, cloud privada e infraestrutura on premise para criar um armazenamento único, flexível e escalável. Com isso, empresas que não podem abandonar totalmente seus servidores locais podem aumentar seu espaço virtual sem a necessidade de comprar, instalar e manter novos servidores físicos.
Considere o caso de empresas dos ramos de serviços financeiros, farmacêutica ou gestão governamental. Via de regra, elas devem armazenar os dados confidenciais de seus clientes ou parceiros em servidores locais no país de operação. Ao mesmo tempo, elas podem manter informações menos sensíveis na nuvem.
Também há casos de uso bastante específicos para o uso da nuvem híbrida, como na implementação de aplicativos de baixa latência. No caso de automação da manufatura, as respostas precisam ser rápidas para garantir a confiabilidade e a segurança de sistemas como braços robóticos e esteiras de transporte.
Diferença entre on premise e cloud computing
A principal distinção entre os modelos on premise e cloud é o local de armazenamento dos dados. Na primeira opção, eles ficarão guardados de maneira interna, dentro de um prédio da sua própria organização.
Já no segundo modelo, as informações ficarão dentro do servidor de uma provedora, podendo ser acessados via web ou aplicativo dedicado.
Dito isso, confira abaixo as principais diferenças entre on premise e cloud computing:
1. Controle
As soluções on premise oferecem mais controle sobre os dados e o hardware da sua organização. Afinal, é a sua própria companhia que vai gerir as configurações dos seus servidores e do seu software. Ou seja, ideal para armanezar os dados sensíveis de indústrias altamente reguladas.
Já os sistemas cloud oferecem menos controle direto, mas em troca têm a vantagem de permitir uma ampliação mais fácil do seu espaço de armazenamento. Além disso, você tem um controle mais refinado sobre o valor que será investido no serviço, podendo aumentá-lo aos poucos.
Você ainda tem um controle maior sobre o local de acesso das informações. Isso porque é possível se conectar ao seu servidor de qualquer local que tenha uma conexão à internet, facilitando o trabalho remoto e a colaboração.
2. Implementação
O sistema on premise exige investimentos numa infraestrutura local: seja na forma de espaço para instalação e resfriamento de servidores, seja numa equipe de TI que vá realizar a instalação e manutenção do software escolhido em cada máquina.
Se a sua empresa estiver operando na nuvem, a implementação tende a ser mais simples. A maioria dos provedores de serviços cloud oferece algum tipo de gestão ou auxílio de implementação.
Caso você escolha uma solução do tipo low-code ou no-code, seu serviço estará no ar muito mais rápido se comparado a qualquer outra opção. Isso também vale para a adoção de novos recursos, que acontece com maior agilidade num ambiente de nuvem.
3. Manutenção
Se você adotar o modelo on premise, a sua organização vai precisar lidar internamente com a manutenção do hardware, a atualização dos softwares e a instalação de patches de segurança. Será necessário equilibrar bem o tempo dos membros da sua equipe de TI e o investimento em serviços terceirizados de suporte.
Os provedores de cloud computing são responsáveis pela manutenção, atualizações e upgrades do software contratado ou do sistema operacional do servidor. Isso garante que os sistemas estarão sempre atualizados com os últimos recursos e melhorias de segurança.
4. Custo
O grande ponto de contenção para os servidores on premise é o alto investimento inicial exigido. Sua empresa precisará adquirir o hardware e desenvolver a infraestrutura necessária para rodar o software ou os servidores escolhidos. Você ainda deverá arcar com os custos de manutenção contínua, energia consumida e colaboradores para gerenciá-los.
Enquanto isso, o modelo de cloud costuma operar com assinaturas mensais, anuais ou em períodos customizáveis. Portanto, o custo inicial é muito mais baixo: sua empresa pode começar com a assinatura mais barata e ir ampliando seu plano conforme vai crescendo.
Você precisará investir menos recursos humanos e financeiros na manutenção, pois o provedor também lida com a manutenção de hardware e software. O único porém da computação em nuvem é que você pode acabar gastando mais do que no modelo on premise se a sua empresa ficar grande demais, com um uso intensivo de recursos.
5. Segurança
Organizações que lidam com informações altamente sensíveis, como bancos e agências governamentais, devem pelo menos manter determinados dados armazenados em servidores locais de sua propriedade. Muitas vezes isso é até uma questão de conformidade, pois é uma exigência das legislações de diversos países.
Outra vantagem da solução on premise nesse caso é a possibilidade de customização, com a abertura para implementar protocolos de segurança customizados para as necessidades da sua empresa.
Servidores cloud são uma faca de dois gumes. Você até tem acesso a recursos avançados de segurança e determinadas certificações de compliance. Mas os seus dados e as informações de clientes serão armazenados num servidor terceirizado, o que aumenta os riscos de vulnerabilidades.
É importante verificar se a legislação da sua indústria em particular permite o armazenamento de determinados dados em servidores cloud. Também é preciso usar o bom senso para escolher quais informações devem ser armazenadas de modo local e quais devem ficar na nuvem. Assim, você evita a possibilidade de um vazamento de dados.
Leia mais: Transformação digital – Por que migrar para a nuvem?
Como migrar para a nuvem com segurança
Já sabemos quais são os prós e contras dos modelos on premise e cloud, então é tempo de pesar os prós e contras antes de tomar sua decisão. Caso sua organização tenha necessidade de migrar para a nuvem, é de suma importância fazer o processo do jeito certo.
Saiba mais: Acelere sua transformação digital com as soluções em cloud da SoftExpert
Afinal, você não quer perder nenhum dado importante ou ter sua organização exposta a uma brecha de segurança. Então siga nosso passo a passo para migrar seus dados para a nuvem com segurança total.
1. Faça um plano
O primeiro passo de qualquer projeto bem feito é um plano. Comece se perguntando qual é o seu motivo para migrar seus dados e aplicativos para a nuvem. Se for seguir em frente, também avalie quais elementos vão para a cloud e quais ficarão em servidores locais.
Identifique os dados com base no nível de proteção que eles exigem, dando uma atenção especial aos mais sensíveis. Eles devem ser movidos para o ambiente mais seguro possível com as proteções necessárias, incluindo criptografia de ponta a ponta.
Planeje os próximos passos com prazo para as migrações de cada aplicativo ou conjunto de dados. O mais indicado é começar o processo pelos elementos menos críticos e ir gradualmente transferindo os outros. Desse modo, você pode parar imediatamente se algo der errado, antes mesmo de botar em risco os elementos mais delicados da sua operação.
2. Escolha o método de migração
Defina com cuidado a ferramenta a ser utilizada. Procure por opções que permitam uma transferência de dados segura e rápida. A ferramenta exata vai depender das suas necessidades e das suas preferências.
Afinal, se você precisar migrar um sistema operacional inteiro, será preciso um software de migração de sistema. Porém fique atento que, nesse caso, será necessária uma maior largura de banda e espaço de armazenamento.
Se escolher migrar apenas o software, você terá mais flexibilidade e controle sobre o que será movido. Mas com o contraponto de precisar fazer mais testes e trabalhos manuais.
Exemplos de ferramentas que você pode usar:
- AWS Server Migration Service. Oferece uma visão centralizada do progresso da migração para ferramentas da AWS e de parceiros. Você tem acesso a recomendações de instâncias e pode acompanhar o progresso de diferentes aplicativos.
- Azure Migrate. Desenvolvida pela Microsoft, ela ajuda a migrar seus fluxos de trabalho do servidor on premise para a nuvem da Azure. Permite mover servidores, bancos de dados e aplicações.
- Migrate for Compute Engine. Anteriormente conhecida como Velostrata, essa ferramenta do Google Cloud serve para migrar máquinas virtuais (VMs) de servidores on premise para a nuvem da Google. Suporta VMs vindas de diversas plataformas, como VMware, AWS e Azure.
- CloudEndure Migration. Outra opção para quem vai se mudar para a AWS, essa ferramenta permite uma migração contínua e em tempo real. Ela possibilita a transferência de qualquer aplicação ou base de dados.
- Carbonite Migrate. Mais uma ferramenta para transferência em tempo real, com suporte a múltiplas plataformas. Se destaca pela facilidade de uso, com a inclusão de testes não disruptivos.
A opção ideal vai depender do serviço escolhido. Por exemplo, se a sua organização for usar o cloud da Amazon Web Services (AWS), melhor optar pela AWS Server Migration Service ou a CloudEndure Engine.
3. Prepare seus dados e faça backups
Antes de começar o processo de migração, garanta que seu backup está funcionando e que há cópias de segurança de todos os seus dados relevantes. Você então deve preparar limpar, organizar e proteger os dados.
Isso vai permitir que você garanta a qualidade e a integridade das informações, deletando ou arquivando quaisquer dados desnecessários ou desatualizados. Um bônus dessa etapa é que ela ainda vai reduzir a duração e o custo da sua migração.
Classifique e demarque seus dados com base na sua fonte e no quão delicados eles são. Criptografe as informações e promova a sua anonimização para proteger a confidencialidade e a privacidade delas.
4. Execute a sua migração
Finalmente, chegou a hora da verdade: o momento da migração em si. É agora que todos os dados e usuários serão movidos para a infraestrutura do seu provedor cloud escolhido.
Siga o plano que você criou, dando preferência a começar por elementos menos críticos, prosseguindo para os arquivos mais importantes conforme o processo segue adiante. Só quando você tiver certeza de que as ferramentas estão funcionando corretamente comece a mexer com arquivos mais sensíveis.
Você pode querer adiar as operações da sua organização durante o processo, especialmente se não tiver sido possível planejar e testar a migração antes. Mesmo assim, a maioria dos provedores de cloud possuem ferramentas para mitigar incômodos nesse momento, então vale ficar de olho.
5. Promova a melhoria contínua
Continue sincronizando e atualizando seus aplicativos conforme necessário assim que a migração estiver completa. Promova um sistema de melhoria contínua, otimizando e reavaliando as configurações da sua nuvem para melhor atender às necessidades do seu negócio.
Implemente boas práticas de gestão de cloud e de governança para manter um alto nível de desempenho e o compliance com a legislação vigente. Analise suas necessidades de largura de banda e de armazenamento para garantir que o plano contratado faz sentido para sua organização.
Caso seja necessário, você pode solicitar uma opção com mais recursos ou até mesmo contratar uma modalidade com menos funcionalidades.
Use práticas de DevOps para automatizar os processos de implementação, teste e monitoramento. Isso reduz os erros manuais e acelera o ciclo de instalação de novos recursos.
Invista em treinamento para sua equipe de TI para que ela se mantenha atualizada com as últimas tecnologias e boas práticas de cloud. Não se esqueça de fazer auditorias e atualizações de segurança frequentes, com gestão de patches e verificação de conformidade.
Conclusão
A escolha entre on premise e cloud computing depende das necessidades específicas de cada organização, considerando fatores como controle, custo, segurança e flexibilidade. O modelo on premise oferece maior controle e segurança local, sendo indicado para empresas com requisitos rígidos de compliance e dados sensíveis.
Por outro lado, o cloud computing proporciona agilidade, escalabilidade e menor investimento inicial, tornando-se uma opção atrativa para empresas que buscam flexibilidade e eficiência operacional.
A migração para a nuvem exige planejamento cuidadoso, considerando a sensibilidade dos dados e a escolha do provedor correto. A nuvem híbrida aparece como uma solução intermediária para empresas que necessitam balancear segurança com a conveniência da nuvem.
Independente da escolha, é essencial adotar um processo de melhoria contínua e práticas sólidas de governança para maximizar os benefícios, garantindo a conformidade e segurança das operações no ambiente escolhido.
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