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ISO 42001: Tudo sobre a nova norma para Inteligência Artificial

Publicado em 8 de July de 2025
19 min de leitura

A ISO 42001 (também conhecida como IEC 42001) é uma norma internacional que define padrões para a adoção de um Sistema de Gestão de Inteligência Artificial (AIMS).

Apesar de não ser obrigatória, ela é amplamente usada no mercado porque permite que empresas criem, implementem, mantenham e aperfeiçoem continuamente a gestão de Inteligência Artificial. Dessa forma, o padrão ISO 42001 garante que ferramentas de IA sejam usadas de forma responsável, confiável, transparente e ética

A Inteligência Artificial já é parte integrante da estratégia de empresas de todos os portes e setores. Com a expansão do uso de algoritmos para tomadas de decisão e automação de processos críticos, surge a necessidade de um padrão internacional que assegure qualidade, segurança e ética no uso dessa tecnologia. Essa ISO foi criada exatamente para atender a essa demanda: estabelecer diretrizes para a gestão responsável de IA. 

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O que é a ISO 42001? 

A ISO 42001 é a primeira norma internacional desenvolvida pela Organização Internacional de Normalização (ISO) especificamente para sistemas de gestão de Inteligência Artificial. Por isso, seu escopo cobre todo o ciclo de vida de uma solução de IA — desde o planejamento e avaliação de riscos até a operação e monitoramento contínuo de seu uso. 

Esse padrão foi criado em 2023 em conjunto pelos comitês técnicos da ISO e da IEC (International Electrotechnical Commission), e desde então tem ganhado adesão de grandes corporações e consultorias especializadas em compliance tecnológico. 

O motivo é simples: na mesma medida que a adoção de ferramentas de IA pode ajudar a otimizar e automatizar processos, ela também representa dúvidas e riscos do ponto de vista de compliance e até mesmo éticos. Portanto, uma padronização na gestão dessa tecnologia se fez necessária, especialmente devido à sua rápida evolução. 

Na prática, a ISO 42001 traz requisitos e orientações para: 

  • Estabelecer políticas, objetivos e processos de governança de IA; 
  • Implementar controles que assegurem desenvolvimento e uso responsáveis; 
  • Manter procedimentos de monitoramento, auditoria e registro de decisões algorítmicas; 
  • Estabelecer um modelo de gestão de riscos e oportunidades vindos da IA; 
  • Aumentar a confiança no uso de ferramentas de IA por parte das companhias, assim resguardando suas reputações; 
  • Melhorar continuamente o desempenho e a conformidade do sistema de IA. 

Ao adotar a ISO 42001, organizações de qualquer porte que ofereçam ou utilizem soluções baseadas em IA garantem transparência, ética e redução de riscos legais e reputacionais. Assim, é possível estar alinhado às melhores práticas globais para inovação responsável de uma maneira confiável e eficaz. 

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Que tipo de empresas precisam da ISO 42001? 

Ao contrário de outras normas que são voltadas para mercados e/ou empresas com operações em específico, a ISO 42001 não foi criada com um setor em mente. O único pré-requisito para que uma companhia siga as diretrizes desse padrão é utilizar e/ou desenvolver sistemas de Inteligência Artificial. 

Ou seja: empresas de qualquer porte e setor que desenvolvam, implementem ou utilizem sistemas de inteligência artificial podem — e idealmente devem — buscar a conformidade com a ISO 42001

Essa normativa é especialmente importante nos seguintes casos: 

Provedores de soluções de IA 

Organizações de tecnologia que criam algoritmos, plataformas de machine learning (ML) ou produtos que operam com IA precisam demonstrar, por meio da certificação ISO/IEC 42001, que seguem boas práticas de governança, segurança e ética no ciclo de vida de seus modelos de inteligência artificial. 

Casos de uso: 

  • Uma startup de visão computacional certifica seu processo de treinamento de modelos para garantir rastreabilidade dos dados usados. 
  • Uma empresa de chatbot aplica controles de ética em algoritmos para evitar respostas enviesadas em atendimento ao cliente. 

Usuários corporativos de IA 

Bancos, seguradoras, hospitais, utilities e indústrias de manufatura que incorporam IA em processos críticos (como análise de crédito, diagnósticos médicos, otimização de redes elétricas ou manutenção preditiva) devem mitigar riscos de vieses, falhas e não conformidade regulatória através dessa ISO. 

Casos de uso: 

  • Um banco utiliza a ISO 42001 para validar e documentar critérios de aprovação de crédito automatizado, reduzindo acusações de discriminação. 
  • Uma operadora de saúde usa a norma para garantir transparência nos diagnósticos assistidos por IA, com logs de decisão acessíveis a auditores. 
  • Uma concessionária de energia implementa monitoramento de IA em redes inteligentes, detectando anomalias antes de panes no sistema. 

Organizações reguladas ou de alto risco 

Setores sujeitos a forte supervisão (como financeiro, saúde, transportes e energia) ou onde decisões automatizadas possam impactar diretamente a vida das pessoas (carros autônomos, sistemas judiciais preditivos, recrutamento de funcionários, entre outros) têm prioridade elevada para adotar um Sistema de Gestão de Inteligência Artificial (AIMS) formalizado. 

Casos de uso: 

  • Uma montadora de veículos autônomos estrutura um comitê de revisão humana para cada atualização de software de direção assistida. 
  • Um tribunal piloto adota a ISO 42001 para auditar modelos de análise de risco de réus, assegurando imparcialidade nas recomendações. 

Empresas com programas de inovação estruturados 

Corporações que definiram laboratórios de inovação ou hubs de IA interna, mesmo em estágios iniciais, beneficiam‑se de implementar a norma desde cedo para evitar retrabalhos e resistências culturais futuras. 

Casos de uso: 

  • Um grupo de varejo com laboratório de IA interno inicia a certificação na fase de protótipos para ajustar processos antes do rollout em larga escala. 
  • Uma multinacional de consumo usa pilotos certificados para testar assistentes virtuais de RH, evitando retrabalho em políticas de privacidade. 

Fornecedores de cadeias de valor exigentes 

Organizações que atuam como fornecedores de primeira linha para grandes clientes (por exemplo, indústrias automotivas, farmacêuticas, governos) podem ser contratualmente obrigadas a comprovar processos robustos de IA para manter essas parcerias e contratos. 

Casos de uso: 

  • Um fornecedor automotivo demonstra rastreabilidade de dados de sensores em veículos conectados para manter contrato com grandes montadoras. 
  • Uma empresa de biotecnologia certifica seus fluxos de dados de IA usados em pesquisa clínica para atender exigências de órgãos reguladores. 

Startups de dados e IA 

Pequenas empresas em fase de captação de investimentos ou aceleração ganham credibilidade ao exibir um AIMS certificado, facilitando due diligence e atração de investidores. 

Mesmo que sua companhia não se enquadre em nenhum desses perfis, ainda é possível que ela tire proveito de uma certificação ISO 42001. O padrão é apropriado a todas as empresas que visam garantir transparência, responsabilidade e continuidade em iniciativas de IA — bem como reduzir riscos éticos, legais e reputacionais. 

Casos de uso: 

  • Uma startup de análise preditiva contrata auditoria externa para certificar seus pipelines de dados, acelerando rodadas de investimento iniciais. 
  • Um aplicativo de recomendação de conteúdo atesta gestão de viés algorítmico para ganhar credibilidade junto a aceleradoras e fundos de Venture Capital (VC). 

Quais são os requisitos do padrão ISO/IEC 42001? 

A ISO/IEC 42001:2023 adota a Estrutura de Alto Nível (High‑Level Structure) que é muito comum a outros padrões de sistemas de gestão, como ISO 9001 e ISO 27001. Essa estrutura é dividida em 10 cláusulas principais, sendo algumas delas mais relevantes para a gestão de um AIMS. 

As cláusulas quatro a 10 contêm os requisitos obrigatórios para implementação e certificação de um Sistema de Gestão de Inteligência Artificial. Elas possuem as seguintes principais características: 

  1. Cláusula 4 – Contexto da organização 
  • Entender fatores internos e externos (legais, éticos, tecnológicos) que afetam o AIMS. 
  • Definir o escopo do sistema e mapear necessidades e expectativas das partes interessadas. 
  1. Cláusula 5 – Liderança e comprometimento 
  • A alta direção deve demonstrar engajamento, estabelecer política de IA e garantir recursos. 
  • Designar papéis, responsabilidades e autoridades para o AIMS. 
  1. Cláusula 6 – Planejamento 
  • Adoção de “pensamento baseado em risco”: identificar, avaliar e tratar riscos e oportunidades relacionados a IA (viés algorítmico, segurança, privacidade, entre outros). 
  • Definir objetivos mensuráveis e planos para alcançá‑los. 
  1. Cláusula 7 – Suporte 
  • Assegurar recursos adequados (humanos, tecnológicos e financeiros). 
  • Garantir competência, treinamento, conscientização e comunicação eficazes. 
  • Gerir informações documentadas para fins de controle e auditoria. 
  1. Cláusula 8 – Operação 
  • Planejar, controlar e validar processos de desenvolvimento, teste e implantação de sistemas de IA. 
  • Incluir controles de governança de dados (qualidade, equidade, legalidade), supervisão humana e avaliações de impacto em situações de alto risco. 
  1. Cláusula 9 – Avaliação de desempenho 
  • Monitorar, medir, analisar e avaliar a eficácia do AIMS. 
  • Realizar auditorias internas e revisões pela direção para garantir conformidade e alinhamento com objetivos. 
  1. Cláusula 10 – Melhoria 
  • Fomentar a melhoria contínua do sistema com base em lições aprendidas e resultados de auditorias. 

Em efeitos práticos, essas cláusulas buscam criar um framework para auxiliar companhias a estipularem suas estruturas de gestão de ferramentas com IA. E para facilitar a adoção dessa estrutura garantindo que as principais cláusulas da ISO 42001 sejam integradas com sucesso, tenha atenção com os quatro pontos a seguir. 

1. Contexto da organização e partes interessadas 

Avaliar o ambiente regulatório, cultural e tecnológico em que a IA será aplicada dentro da companhia. Mapear stakeholders internos e externos para alinhar expectativas. 

2. Planejamento e avaliação de riscos de IA 

Identificar cenários de risco associados ao viés algorítmico, falhas de segurança e impactos éticos. Formalizar um plano de ação para mitigação de todos esses riscos. 

3. Competência e treinamento de equipes 

Garantir que profissionais envolvidos em IA possuam conhecimentos técnicos e de compliance. Implementar programas de capacitação e treinamento contínuos. 

4. Monitoramento, auditoria e melhoria contínua 

Definir indicadores de desempenho da IA (KPIs), conduzir auditorias internas e implementar ciclos PDCA para ajustes e otimização permanente. 

Com esses requisitos atendidos, sua organização estabelece um plano robusto para garantir que projetos de IA sejam conduzidos de forma ética, transparente e alinhada aos objetivos estratégicos, mitigando riscos e fortalecendo a governança, tendo conformidade com a ISO/IEC 42001. 

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6 benefícios de aderir à ISO 42001 

A adoção da ISO 42001 traz diversos benefícios estratégicos e operacionais para organizações que desenvolvem ou utilizam sistemas de Inteligência Artificial. Desde a mitigação de riscos até a transparência com as questões éticas da IA, conheça os principais benefícios de ter a certificação ISO 42001. 

  1. Fortalecimento da segurança de dados: Ao estruturar processos de identificação, avaliação e mitigação de riscos de segurança em IA, a norma ajuda a reduzir a probabilidade de vazamentos, acessos não autorizados e incidentes de integridade de dados sensíveis. 
  1. Gerenciamento de riscos mais robusto: Com diretrizes claras para avaliação de viés algorítmico, ataques adversariais e falhas de privacidade, a ISO 42001 permite antecipar e tratar riscos antes que eles se tornem crises, assim minimizando perdas financeiras, legais e reputacionais. 
  1. Aumento da confiança de stakeholders: A certificação demonstra compromisso da companhia com práticas éticas e transparentes de IA, dessa forma fortalecendo a reputação dela junto a clientes, investidores e órgãos reguladores. Portanto, esse “selo de responsabilidade” diferencia a empresa no mercado, atuando com um voto de confiança da principal organização de padronização no mundo. 
  1. Vantagem competitiva frente a concorrentes: Organizações certificadas destacam‑se como líderes em governança de IA. Isso ajuda a conquistar novos clientes, fornecedores e parcerias. 
  1. Melhoria contínua e eficiência operacional: A estrutura PDCA incorporada à ISO 42001 promove a revisão periódica dos processos de gestão da IA. Isso resulta em fluxos de trabalho mais enxutos e resultados mais previsíveis, além de ganhos de produtividade e conformidade. 
  1. Alinhamento entre deveres regulatórios e sustentabilidade: Aplicar esse padrão facilita o atendimento a requisitos legais de proteção de dados e ética em IA. Ao mesmo tempo, a norma incentiva práticas sustentáveis de e responsabilidade social corporativa, fortalecendo esses pontos na cultura organizacional da companhia. 

Principais desafios para adotar a ISO 42001 e como superá‑los 

Justamente por ser uma norma nova e que aborda uma tecnologia que ganha popularidade na mesma medida em que se renova e avança, a ISO 42001 pode proporcionar desafios na sua adoção

Dificuldades tanto operacionais quanto culturais costumam obstruir o caminho de companhias que buscam as melhores práticas para a gestão de sistemas de Inteligência Artificial. 

Para que a sua empresa não se deixe abalar por essas questões, conhece alguns dos principais desafios na adoção da ISO 42001 e as formas de superá‑los

Resistência cultural 

Desafio 

  • As equipes são acostumadas aos processos informais ou, ainda, a atuar dentro de silos e podem perceber a implementação da norma como burocracia adicional. 

Como superar 

  • Envolver desde cedo líderes de todas as áreas em workshops de conscientização sobre os benefícios de ser certificado na ISO/IEC 42001 (como maior segurança, fortalecimento na reputação, ganho de eficiência operacional, entre outros). 
  • Comunicar os ganhos tangíveis que o padrão oferece, como redução de incidentes de viés em modelos ou melhoria na qualidade dos dados, por exemplo. 
  • Nomear “embaixadores” de IA em cada departamento para que atuem disseminando as boas práticas internamente de forma natural e gradativa. 

Complexidade técnica 

Desafio 

  • Por se tratar de uma tecnologia recente, pode ser difícil interpretar os requisitos de controle de dados, avaliação de riscos algorítmicos e supervisão humana que a ISO 42001 exige, o que por sua vez pode demandar conhecimentos avançados específicos. 

Como superar 

  • Firmar parcerias com consultorias especializadas em governança de IA e/ou contratar especialistas dedicados. 
  • Adotar uma abordagem incremental, que inicia por processos-piloto em projetos de menor risco antes de escalar para toda a organização. 
  • Utilizar frameworks e ferramentas open‑source que facilitem a implementação de controles de explicabilidade e monitoramento. 

Falta de competências internas 

Desafio 

  • As equipes podem não ter familiaridade com conceitos de gestão de risco, ética em IA ou compliance no contexto de uso de Inteligência Artificial. 

Como superar 

  • Planejar um programa de capacitação contínua, combinando treinamentos presenciais, e‑learnings e mentorias. 
  • Incentivar certificações em IA responsável e outras normas ISO que complementem a 42001. 
  • Integrar a ISO 42001 a planos de carreira, reconhecendo e recompensando competências na área e garantindo que colaboradores conheçam em detalhes as exigências do padrão. 

Custo inicial de implementação 

Desafio 

  • Investimentos em consultoria, tecnologia e treinamento podem ser vistos como uma barreira orçamentária, principalmente em companhias de porte reduzido. 

Como superar 

  • Elaborar um business case que quantifique os riscos evitados (multas, retrabalho, perda de mercado) versus o investimento realizado, assim provando a natureza vantajosa de adotar uma certificação na ISO 42001. 
  • Fracionar despesas em fases: diagnóstico → piloto → rollout → recertificação. 
  • Aproveitar subsídios, incentivos setoriais ou linhas de crédito para inovação e digitalização. 

Integração com processos existentes 

Desafio 

  • Para corporações que utilizam diversas aplicações, pode ser difícil adaptar sistemas legados e fluxos de trabalho já em uso para que atendam aos requisitos de documentação, auditoria e melhoria contínua da ISO. 

Como superar 

  • Mapear os processos atuais e identificar pontos de convergência com a norma, evitando retrabalho nessas frentes. 
  • Utilizar APIs e plataformas de governança de dados que se conectem a ERPs, sistemas de Business Intelligence e pipelines de Machine Learning. Para facilitar isso, o ideal é contar com um Sistema de Governança, Riscos e Compliance. 
  • Documentar as mudanças de forma ágil, usando templates e checklists para simplificar a gestão de documentos. 

Manutenção da conformidade ao longo do tempo 

Desafio 

  • Após a certificação inicial, manter revisão, auditoria e atualização contínuas pode ser desgastante. 

Como superar: 

  • Estabelecer ciclos regulares de auditoria interna, com responsabilidade clara em um comitê de governança de IA. 
  • Incorporar indicadores de desempenho (KPIs) em dashboards corporativos para monitorar ativamente métricas como taxa de viés, tempo de resposta e incidentes. 
  • Fomentar uma cultura de feedback e melhoria contínua, onde lições aprendidas gerem revisões periódicas das políticas e procedimentos. 
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Passo a passo para implementar a ISO/IEC 42001 

Outra forma de garantir que esses desafios não acabem atrapalhando a sua adoção da ISO 42001 é garantir que ela seja aplicada de forma adequada logo no início do processo. Para isso, confira um guia detalhado em sete etapas de como implementar a ISO/IEC 42001 em sua organização

  1. Diagnóstico inicial: Avalie seu atual nível de maturidade em IA e identifique lacunas em relação aos requisitos da ISO 42001. 
  1. Definição de políticas e objetivos de IA: Documente as diretrizes corporativas que devem guiar o uso dessa tecnologia e as metas mensuráveis que se deseja alcançar (por exemplo, a redução de vieses em 20%). 
  1. Estruturação do comitê de governança: Monte um grupo multidisciplinar (envolvendo áreas como TI, Compliance, Jurídico, Negócios) para aprovar as políticas criadas no passo anterior e monitorar os riscos inerentes a elas. 
  1. Desenvolvimento de processos e procedimentos: Crie fluxos de trabalho para coleta de dados, treinamento de modelos e revisão de resultados. Documente todo esse processo e garanta que o acesso a essas informações seja ao mesmo tempo seguro e ágil. 
  1. Treinamento e sensibilização interna: Realize workshops e e‑learnings para todas as áreas impactadas com o objetivo de educar sobre a Inteligência Artificial e a importância de estar em conformidade com a ISO 42001. 
  1. Auditoria interna e ajustes: Utilize checklists, relatórios de não conformidade e demais ferramentas – como um Sistema de Gestão de Conformidade – para corrigir os desvios encontrados no relatório de auditoria interna antes de realizar a externa. 
  1. Certificação e manutenção: Escolha um organismo certificador credenciado pela ISO e prepare-se para auditorias, tanto a de certificação quanto as periódicas de manutenção do certificado. 

Conclusão 

A ISO 42001 representa um marco na governança de inteligência artificial, oferecendo a gestores um framework robusto para garantir qualidade, ética e competitividade. A união entre IA e compliance pode apoiar a jornada da sua companhia rumo à liderança em inovação com uma operação mais ágil e moderna. No entanto, lembre-se que esse caminho possui seus desafios e cuidados, o que torna a certificação perante a ISO/IEC 42001 ainda mais importante.

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FAQ sobre ISO 42001

O que é a ISO 42001?

A ISO 42001 (ISO/IEC 42001:2023) é a primeira norma internacional voltada à gestão de sistemas de Inteligência Artificial (AIMS). Ela define requisitos para planejar, implementar, operar, monitorar e melhorar continuamente processos de IA, assegurando o uso responsável, ético, transparente e confiável dessa tecnologia.

A adoção da ISO 42001 é obrigatória?

Não. A certificação não é compulsória, mas tornou‑se referência de mercado. Organizações que a adotam essa ISO demonstram compromisso com boas práticas de governança de IA, assim mitigando riscos legais e reputacionais e fortalecendo sua marca.

Que tipo de empresas devem buscar a ISO 42001?Que tipo de empresas devem buscar a ISO 42001?

Qualquer organização que desenvolva ou utilize IA pode se beneficiar desse padrão, em especial:

Provedores de soluções de IA (plataformas, algoritmos, machine learning). 
Usuários corporativos (bancos, saúde, utilities, manufatura). 
Setores regulados ou de alto risco (finanças, saúde, transporte). 
Empresas com programas de inovação (como laboratórios de IA internos). 
Fornecedores de grandes cadeias de valor (automotivo, farmacêutico, governo). 
Startups de IA em captação de investimentos. 

Quais são os principais requisitos da norma?

A ISO 42001 segue a High‑Level Structure de padrões ISO e concentra‑se nas cláusulas 4 a 10:

Cláusula 4: Contexto da organização e partes interessadas; 
Cláusula 5: Liderança e comprometimento da alta direção; 
Cláusula 6: Planejamento baseado em risco (viés, segurança, privacidade, entre outros); 
Cláusula 7: Suporte (recursos, competência, documentação); 
Cláusula 8: Operação (processos de desenvolvimento, controles de dados); 
Cláusula 9: Avaliação de desempenho (monitoramento e auditorias); 
Cláusula 10: Melhoria contínua (ações corretivas e evolutivas). 

Quais benefícios uma empresa obtém ao implementar a ISO 42001?

Segurança de dados reforçada; 
Gerenciamento de riscos antecipado (viés algorítmico, privacidade); 
Confiança de stakeholders (clientes, investidores, reguladores); 
Vantagem competitiva em processos de licitação e parcerias; 
Eficiência operacional via ciclos PDCA; 
Alinhamento regulatório e responsabilidade social. 

Quais são os desafios comuns que surgem na adoção da ISO 42001?

Resistência cultural a novos processos; 
Complexidade técnica e especificidade dos controles de IA; 
Falta de competências internas em risco e ética de IA; 
Custos iniciais de consultoria, tecnologia e treinamento; 
Integração com sistemas legados e fluxos existentes; 
Manutenção contínua do sistema de gestão após a certificação. 

Como superar esses desafios?

Comunicação e workshops para engajar líderes e equipes; 
Parcerias com especialistas ou consultorias em governança de IA; 
Programas de capacitação e reconhecimento de competências; 
Elaboração de business case para demonstrar ROI e mitigação de riscos; 
Mapeamento de processos e uso de APIs/plataformas de governança; 
Ciclos regulares de auditoria interna e monitoramento por KPIs. 

Qual o passo a passo para implementar a ISO 42001?

Gap Analysis: diagnóstico do nível de maturidade em IA; 
Política e objetivos: formalização de diretrizes e metas SMART; 
Governança: criação de comitê e definição de papéis (RACI); 
Processos e controles: desenho de fluxos para dados, modelos e auditoria; 
Capacitação: treinamentos, e‑learnings e sensibilização interna; 
Auditoria interna: checklist, registro de não conformidades e ajustes; 
Certificação: escolha de um organismo certificador e realização de auditorias de manutenção. 

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Sobre o autor
Ana Paula Anton

Ana Paula Anton

Ana Paula Anton é Analista de Produto e Mercado da SoftExpert. Formada em Engenharia Química e pós-graduada em Engenharia de Produção. Possui experiência na área de Processos e Sistema da Qualidade Farmacêutica, com conhecimentos em Boas Práticas de Fabricação, Gerenciamento de Riscos, Auditorias, Validação e Qualificação de Processos, Análises de Causa, CAPA, FMEA e Validação de Sistemas Computadorizados.

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