O que a sua empresa está fazendo para se destacar no cenário ESG?
O mercado em geral e principalmente os investidores, estão cada vez mais atentos ao que as empresas estão fazendo em relação ao meio ambiente, como tratam seus funcionários e fornecedores, e o quanto se dedicam a práticas de governança responsáveis.
Com o crescente aumento da consciência da população sobre essas questões, é natural que passem a levantar suas vozes para exigir que mudanças aconteçam. Por consequência, as empresas são solicitadas a mostrar mais transparência e adotar práticas socialmente justas.
Esta é uma das razões pelas quais a adaptação às expectativas dos stakeholders é crucial para a sobrevivência a longo prazo das empresas.
Pensando nisso, elaboramos esse artigo para te ajudar com ponto de partida da gestão ESG na sua empresa: a matriz de materialidade.
Você sabe o que é a matriz de materialidade?
As empresas se deparam dia após dia com uma infinidade de temas sociais e ambientais, como saúde e segurança, ética e transparência, inclusão, diversidade, descarte de resíduos e emissões atmosféricas, mudanças climáticas, entre outros.
Tentar abraçar e cuidar de todos os temas no âmbito ESG é uma tarefa praticamente impossível. Nesse sentido, a matriz de materialidade vem para responder ao questionamento: quais temas socioambientais são realmente relevantes para o negócio?
Essa ferramenta permite relatar o cenário atual de uma empresa e descrever em quais temas se concentrará para atingir seus objetivos estratégicos dentro do mercado.
Ela dá fundamento aos relatórios de sustentabilidade, à estratégia da empresa e é o primeiro passo para elaborar a matriz de riscos de impactos socioambientais – exigência de algumas diretrizes por órgãos financeiros do Brasil.
Em outras palavras, podemos dizer que a matriz de materialidade é o processo de conhecimento dos temas mais importantes para a empresa, baseado na estratégia de negócio e também na percepção dos stakeholders sobre os impactos.
E por que a matriz de materialidade é tão importante?
Aqui estão alguns dos diversos benefícios de desenvolver uma matriz de materialidade:
- Ela permite avaliar e analisar cada assunto em questão para minimizar custos e elevar a participação da organização no mercado;
- A identificação de temas socioambientais relevantes para o negócio pode ajudar sua empresa a atrair investimentos e garantir boa reputação;
- A matriz de materialidade ajuda no gerenciamento de riscos e gera oportunidades de negócio por meio da identificação de temas relevantes como serviços e modelos que possam melhorar o fator de margem de lucro, preço etc;
- Ela fornece a estrutura para um relatório anual focado e permite que as organizações concentrem seus esforços na melhor alocação de recursos;
- Aumenta as chances de melhor atender às expectativas das partes interessadas.
Além disso, quando feita corretamente, a matriz de materialidade adiciona um peso estratégico a uma agenda de sustentabilidade, conectando as questões ESG à proposta de valor central da organização.
Mas afinal, quais são os primeiros passos para a empresa construir a sua matriz de materialidade?
1º Passo – Defina quem são os stakeholders
Uma matriz de materialidade bem-sucedida deve sempre considerar as opiniões e insights dos stakeholders internos e externos, como por exemplo:
- colaboradores;
- fornecedores;
- clientes;
- investidores;
- acionistas;
- conselheiros;
- comunidade em que está inserida;
- entre outros.
Eles podem fornecer uma ampla gama de perspectivas em toda a cadeia de valor sobre a estratégia de sustentabilidade de sua empresa.
2º Identificação de temas
Depois de definir as partes interessadas, com base nas políticas e práticas da empresa, busque insights em pesquisas de mídia e na documentação interna para determinar quais temas são mais relevantes para o seu negócio.
Os temas variam de organização para organização, mas geralmente são divididos em:
Governança
- Ética e transparência
- Gestão de riscos
- Privacidade do cliente
- Equidade de gênero no conselho de administração
- Qualidade do serviço e satisfação do cliente
Ambiental
- Gestão de resíduos
- Consumo de água e energia elétrica
- Controle de emissões e gerenciamento de poluição
- Proteção da biodiversidade
Econômico
- Maximização do retorno por investimento
- Custos operacionais
- Lucro
Social
- Saúde e segurança do trabalhador
- Direitos humanos e diversidade
- Impacto na comunidade
- Assistência e envolvimento social
3º Passo – Avaliação interna
Geralmente a fase de identificação resulta em uma lista enorme de temas relevantes, muito mais do que uma empresa é capaz de gerenciar.
Nessa etapa, os membros da alta direção devem avaliar internamente uma forma de priorizar os temas mais importantes para a organização.
4º passo – Avaliação dos stakeholders
Elabore um questionário ou uma pesquisa formal para que os stakeholders identifiquem os temas de maior relevância para o negócio.
O questionário pode ser construído de forma que as partes interessadas avaliem a importância e o impacto de cada tema em uma escala numérica, no formato de ranking ou de forma simples selecionando os mais importantes. Dados quantitativos facilitam a análise e podem ser explicados visualmente.
5º Passo – Analise as respostas e construa a matriz de materialidade
Nesse passo, confrontamos a avaliação interna da alta direção com a avaliação dos stakeholders para obter um consenso dos temas relevantes.
Analise os resultados de cada tema individualmente para determinar quais são mais importantes para cada grupo de partes interessadas. Depois disso, reúna todos os dados para encontrar pontos em comum.
Você pode começar criando gráficos de tendências e observações. A partir dessa análise, será possível começar a montar a sua matriz de materialidade.
O resultado final deve mostrar a importância de cada tema para a empresa em relação à influência das partes interessadas.
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