A identificação de riscos é o processo de analisar e avaliar o ambiente de trabalho e a operação para identificar ocorrências que prejudicariam a saúde dos trabalhadores e/ou a eficácia das atividades. Esse cuidado ajuda e prevenir acidentes, embasa medidas de segurança e protege a qualidade dos produtos/serviços oferecidos.
Portanto, identificar riscos é essencial para o sucesso de projetos e até mesmo para a organização como um todo. Continue lendo e entenda o que são riscos e ainda conheça sete dicas para identificá-los com eficiência.
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O que são riscos?
Os riscos são a possibilidade de que um evento ou ação cause danos ou consequências negativas. No mundo corporativo, esses danos podem afetar pessoas, grupos, propriedades, produtos/serviços ou o meio ambiente.
Eles são inerentes aos negócios e justamente por isso é fundamental contar com um bom gerenciamento de riscos. Isso é determinante para o sucesso no atingimento dos objetivos de uma organização.
Afinal, se você falha na identificação de um risco, também perde uma oportunidade de evitá-lo; e essas oportunidades perdidas podem se transformar em grandes prejuízos.
Os riscos podem ter várias origens, por isso, ter uma visão geral de todos pode ser difícil. Abaixo você conhece alguns tipos de risco mais comuns:
A análise de riscos envolve identificar, analisar e tomar medidas para mitigar ou controlar esses riscos acima (e quaisquer outros). Assim, você reduz a probabilidade da ocorrência deles e, consequentemente, minimiza seus impactos.
Saiba mais: Como criar uma matriz de riscos
Como identificar riscos e por que fazer isso?
Mas como lidar com os riscos quando você nem sabe quais estão presentes na sua empresa? É aí que entra a gestão de riscos, para garantir segurança, eficiência e sustentabilidade em qualquer atividade.
Ao identificar os riscos, você agrega benefícios como:
- Prevenção de Perdas: Identifique os riscos antecipadamente, para assim tomar medidas preventivas para evitar ou minimizar perdas. Ou seja: você pode lidar com um problema antes mesmo que ele aconteça.
- Planejamento e Preparação: Ao mapear os riscos, você pode desenvolver planos de contingência e resposta para garantir que a empresa esteja preparada para lidar com eventos adversos.
- Tomada de Decisões Informadas: O planejamento e a preparação fornecem informações valiosas que, por sua vez, embasam a tomada de decisões estratégicas e operacionais. Assim você lida com os riscos com maior eficácia.
- Conformidade e Regulamentação: Possivelmente um dos principais benefícios desse tipo de cuidado é cumprir com as normas e regulamentos do setor. Especialmente para empresas que atuam em mercados altamente regulamentados, o compliance e a identificação/gestão de riscos andam lado a lado.
- Proteção de Recursos: Ao lidar com riscos e reduzir seus impactos, você protege os ativos da companhia, bem como as pessoas que trabalham nela e a reputação da organização.
Mas não basta conhecer os benefícios da gestão de risco — é preciso saber como fazer isso na prática. Como existem diversos tipos de riscos, há também inúmeras formas de identificá-los.
Para facilitar a sua vida nesse desafio, abaixo separamos um passo a passo básico de como identificar riscos:
- Analisar o contexto: Entenda o ambiente em que você está operando. Analise tanto fatores internos quanto externos que podem influenciar os riscos da operação.
- Identificar ameaças: Liste os possíveis eventos ou condições que possam causar danos/prejuízos. Você pode fazer isso através de brainstorming, consultas a especialistas, análise de dados históricos ou utilizando algumas das ferramentas que citamos mais abaixo aqui neste post.
- Avaliar as vulnerabilidades: Depois de identificar as ameaças em si, determine quais ativos ou processos são mais suscetíveis a elas. Faça uma lista relacionando riscos/ameaças com ativos/processos.
- Avaliar as consequências: Analise o impacto potencial de cada risco identificado nos passos anteriores. Com essas informações, você poderá definir prioridades e criar ações que focam em nos riscos mais críticos, e depois nos menos críticos sucessivamente.
- Organizar a documentação: Por fim, não esqueça de registrar as informações, os dados e as conclusões (como riscos identificados, causas, consequências e medidas de mitigação) em todo esse processo. Garanta que esse material seja de fácil acesso pelas partes interessadas e revise-o regularmente para aplicar medidas de melhoria contínua.
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7 ferramentas para identificação de riscos
Seguindo esse passo a passo, você contará com uma estrutura sólida e eficaz para iniciar seu processo de identificação de riscos. Mas isso não é tudo, é necessário também implementar as ferramentas certas. Assim, você tem mais facilidade, agilidade e produtividade na gestão de riscos.
Abaixo, você conhece sete dos principais métodos e ferramentas para realizar a identificação de riscos de forma abrangente. Lembre-se de levar em conta a sua infraestrutura, a natureza da operação da sua empresa e suas possibilidades de implementação na hora de escolher quais usar.
O importante é agregar as ferramentas/metodologias que trarão mais segurança e melhor desempenho para a sua organização.
1. Brainstorming
O brainstorming é o ato de reunir membros da equipe com o objetivo de levantar o maior número de ideias possíveis para criar algo ou solucionar problemas.
Esta técnica criativa explora a diversidade de experiências e fornece a oportunidade para os membros do grupo desenvolverem as ideias uns dos outros, sendo ótima para a identificação de riscos.
Com o brainstorm, as pessoas que trabalham na linha de frente da empresa podem compartilhar suas próprias perspectivas sobre os riscos. Isso proporciona visões novas sobre os mesmos processos e ajuda a preencher a lacuna entre a liderança e a equipe.
Esta metodologia é simples e não exige treinamento especializado. Ela pode ser utilizada para a identificação de diversos tipos de riscos, auxiliando equipes desde o chão de fábrica até a alta direção.
2. Matriz SWOT
Geralmente usada para o planejamento estratégico de empresas e/ou a criação de novos projetos, a matriz SWOT pode ser uma valiosa ferramenta para identificar riscos por uma nova perspectiva.
Com ela, você identifica forças e fraquezas do ambiente interno no lado esquerdo e no lado direito elenca as oportunidades e ameaças do ambiente externo. Veja um exemplo:
A matriz SWOT é útil para identificar os pontos positivos que o projeto ou o negócio possui, bem como o que pode ser prejudicial para a companhia alcançar seus objetivos. Lembre-se de que um risco é a incerteza de um acontecimento futuro, que pode ser positivo (oportunidade) ou negativo (ameaça).
3. Análise de Causa Raiz
Algumas ferramentas comumente utilizadas para a análise de causa-raiz podem ser muito proveitosas também para a identificação de riscos. Algumas das mais usadas e eficientes são:
- FMEA (Análise de modo e efeito de falha);
- Diagrama de causa e efeito (também chamado de Ishikawa ou Espinha de Peixe);
- Diagrama de Pareto;
Normalmente, a análise da causa raiz é utilizada depois que um problema já apareceu, mas você pode aplicá-la de forma preventiva. Para isso, tome como ponto de partida um impacto ou risco a ser evitado e, então, faça a análise de causa-raiz dele.
4. Técnica Delphi
A técnica Delphi consiste no levantamento de informações de forma anônima e estruturada. Geralmente é feita por meio de questionários e gerenciada por um facilitador responsável por compilar as ideias (riscos) apontadas pelos especialistas.
Em cada rodada de análise, os especialistas formulam individualmente uma lista de riscos (ou respondem a um questionário específico) e entregam esse compilado ao facilitador.
Os resultados da primeira rodada, depois de resumidos, fornecem a base para a segunda rodada e assim por diante. Com base nos resultados das informações coletadas em cada rodada, os especialistas podem rever sua análise, alterá-la ou apresentar novos argumentos. Este processo continua até que todos os participantes cheguem a um acordo.
Este método é uma forma eficaz de chegar a um consenso, principalmente quando muitas pessoas estão envolvidas no processo de análise. Ele também evita erros, graças às revisões das previsões anteriores a cada rodada. Além disso, o anonimato da Técnica Delphi permite que os especialistas expressem suas opiniões livremente.
5. Entrevistas
Os riscos podem ser identificados por meio de entrevistas com os participantes do projeto ou especialistas da área em questão que se busca fazer o levantamento de riscos. Com a diversidade de experiências especialidades de cada um, consegue-se atingir um maior número de apontamentos no processo de identificação de riscos.
6. Inspeções
Essencial na identificação de riscos, a inspeção é o resultado da visita às instalações e do contato com os membros da equipe.
As inspeções são normalmente orientadas por checklists, onde se elencam itens, processos, equipamentos ou instalações a serem verificados. O seu objetivo é identificar, prevenir e corrigir situações que não estejam em conformidade com o padrão esperado. Como resultado, surgem diversos riscos e pontos de melhoria.
7. Revisão de requisitos e documentações
Além de garantir a entrega de produtos, projetos e serviços de qualidade, o cumprimento de requisitos legais também evita multas, penalidades e diversos prejuízos financeiros. Portanto, a análise e revisão dos requisitos aplicáveis à sua operação é indispensável para identificar potenciais riscos.
Outro ponto a ser analisado e que pode fornecer informações valiosas são as documentações. Revise documentos relativos a projetos, processos, auditorias anteriores ou indicadores de desempenho, por exemplo.
Isso pode apontar lições aprendidas, assim como problemas e suas respectivas resoluções. Dessa forma, você estará mais preparado caso ocorra um risco semelhante ou até mesmo poderá identificar novos riscos relacionados.
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Conclusão
A identificação de riscos é um componente vital para a resiliência e sucesso de qualquer organização. Utilizar métodos e ferramentas adequados não só permite antecipar e mitigar possíveis ameaças, mas também fortalece a capacidade de resposta e adaptação diante de imprevistos.
Ao integrar essas práticas, as companhias podem proteger seus ativos, garantir a continuidade dos negócios e promover um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente. Investir na gestão de riscos é, portanto, investir no futuro sustentável e próspero da sua empresa.
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